O projeto parte da expressão latina forma formans, que acentua a natureza das formas enquanto desejo por vir. Assim se mostra o impulso pela procura da forma, numa certa privação do controlo, abrindo o lugar do acidente e do acaso. Uma exposição que apresenta trabalhos de escultura e desenho.
Catarina Lopes Vicente
Lisboa, 1991. Vive e trabalha no Cacém. É licenciada e mestre em Artes Visuais pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha.
O seu trabalho emerge de uma vivência intensa do atelier e da relação com o material e o suporte: nasce das paredes onde dispõe folhas de papel, que aguardam que a imagem se torne imagem. O domínio dos meios e das técnicas desvela o conhecimento da memória, que teima em produzir formas de cópias de si. A imagem torna-se um espaço de rasuras das camadas de saber fazer, até ao abandono desse saber, da memória do gesto da habilidade, e da sua substituição pelo que lá está antes, destinado ao espanto, produzindo por uma sensação de reconhecimento visual da memória das formas – uma máquina de dar a ver.
Rui Horta Pereira
Évora, 1975. Vive e trabalha entre Lisboa e Évora. É formado em Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Desde 2000, elege a escultura e o desenho como domínios artísticos. Expõe com regularidade desde 2010.
O seu trabalho centra-se na construção do processo criativo, que não aborda dissociado da ação do criador, em todos os seus aspetos, sejam estes éticos, sociais, ambientais; e em como essa relação pode concretizar-se de forma eficaz. Tem vindo a explorar e expandir o território do desenho, ao qual tem dedicado uma parte substancial da sua investigação artística e criativa, tanto na sua componente formal como nas reflexões teóricas que sugere. O seu trabalho lida com a dimensão do tempo, da história, da literatura, do mundo sobrenatural, da ciência, da arquitetura.
Vera Mota
Porto, 1982. Vive e trabalha no Porto. É licenciada em Belas-Artes/ Escultura e mestre em Práticas Artísticas Contemporâneas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Com apresentações públicas regulares desde 2003, o seu trabalho revela-se sobretudo através da escultura, desenho e performance, recorrendo a um largo espectro de materiais.
Concedendo especial atenção à economia da presença, esforço e ação, tem vindo a desenvolver o seu trabalho em torno das políticas do corpo, promovendo e equacionando a sua participação enquanto metodologia generativa e eixo para formulações conceptuais. Mais recentemente, apresenta um animismo escultórico que reclama outras perspetivas de corpo, outros corpos e materialidades, procurando encenar processos de transfiguração, desclassificação de funções e transferência entre corpos orgânicos e inorgânicos, geológicos e biológicos.
Ricardo Escarduça
Lisboa, 1975. É doutorando em Arte Contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Mestre em Estudos de Cultura pela Universidade Católica Portuguesa e formado em Engenheira Civil pelo Instituto Superior Técnico. É curador independente de artes visuais e autor de textos para exposições e catálogos. Entre 2019 e 2022 colaborou com Projeto Travessa da Ermida, em Lisboa, enquanto curador e coordenador geral, nas vertentes de programação artística, produção editorial, produção geral e mediação da arte.
Inauguração
Qui 28 set
18h às 20h30
Visitas guiadas
Qua 11 e 25 outubro
19h às 20h30
Visita guiada + conversa
Sáb 11 nov
15h às 18h
Com Ricardo Escarduça, Catarina Lopes Vicente, Rui Horta Pereira e Vera Mota
Curadoria
Ricardo Escarduça
Organização
Brotéria