A escola inclusiva exclui, é inegável, violento, contínuo, naturalizado e despercebido. Tudo é legal e tudo é profundamente injusto. A escola tem de sair do "ângulo morto" da análise do "abandono escolar precoce" e do insucesso. O tripé pobreza contextual, famílias negligentes e desinteresse individual não explica tudo, é preciso olhar para uma série de procedimentos-tipo que as escolas inclusivas adotam e que marginalizam e excluem uma parte dos alunos-sujeitos-pessoas-cidadãos, os de sempre, que ainda são muitos milhares.
Joaquim Azevedo
Professor catedrático jubilado da Universidade Católica Portuguesa e Presidente da Fundação Manuel Leão. Dirige atualmente o Projeto Socioeducativo Arco Maior que se destina a jovens que são marginalizados e abandonam as escolas. Desempenhou as funções de Diretor-Geral do Ministério da Educação (1988-92) e de Secretário de Estado da Educação (em 1992 e 1993) e foi membro do Conselho Nacional de Educação (1996-2022). Representou Portugal em vários organismos internacionais (OCDE, UNESCO) e é autor de vários livros e inúmeros artigos sobre educação e formação. É casado, vive no Porto, tem 3 filhos e 7 netos. Podem consultar-se os seus trabalhos em www.joaquimazevedo.com.
Conferências Eutopos
A busca por Eutopoi, ou seja, por bons lugares, tem animado a Brotéria. Acreditamos que há muito bem escondido para mostrar, muitas vidas desconhecidas para revelar, muitos projetos transformadores para partilhar. Vivemos num mundo acidentado, onde às vezes parece que o progresso é lento, mas onde, se olharmos com atenção, o bem se constrói e a esperança se torna concreta. Em cada conferência, apontamos para um Eutopos.
Esta conferência será transmitida em livestreaming no nosso canal de YouTube.
Com o apoio