Ao longo das últimas décadas, as Ciências Cognitivas foram descobrindo como funciona o nosso cérebro e como a sua plasticidade é um garante de criatividade, adaptando a resposta cerebral aos desafios diversos e constantes. Tem-se tornado cada vez mais evidente que esta capacidade de adaptação revela e sustenta um processo, onde a cognição humana não funciona como uma máquina. Para perceber como o ser humano pensa, não basta olhar para o cérebro: é necessário reconhecer a dimensão relacional e cultural, proporcionando um ambiente vital ao seu funcionamento. Esta conferência propõe dois caminhos à procura do belo: um em que se visa a natureza cultural do seu significado e um outro que traça o cruzamento entre perceção e conceção.
Peter Hanenberg
Doutorado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Bamberg, Alemanha. Trabalha desde 1995 na Universidade Católica Portuguesa, primeiro em Viseu e desde 2006 em Lisboa. É atualmente Vice-Reitor para a Investigação e Inovação e Diretor da Católica Doctoral School (CADOS). As suas principais áreas de investigação são a literatura e a cultura europeias desde o século XVI, a ideia da Europa e a sua representação, bem como o diálogo entre as Ciências Cognitivas e os Estudos de Cultura.
Conferências Eutopos
Este ano queremos, com humildade, abrir caminhos que nos ajudem a encontrar lugares, pessoas e modos de vida que sejam bons e transformadores. Para isso, no último trimestre do ano apresentamos três conferências sobre três topoi nos quais o bem e o que é bom se podem revelar: procura da boa agricultura, a busca do belo e o estudo daquilo que nos ajuda a progredir na nossa vida moral como resultado de um envolvimento comunitário. Queremos com isto ajudar a mostrar que a eutopia e a busca pelos lugares onde o bem se revela é um caminho mais promissor do que a utopia, lugar no qual a revelação do bem é eternamente adiada.
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